quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Passe escolar

O nome que a minha vó dava pra isso era ''fogo na piriquita'' e a solução era lavar bem a louça, pulir bem as panelas e arrumar as gavetas. E hoje eu acordei achando que eu estava com fogo na piriquita, lavei toda louça, puli umas panelas, e arrumei minhas gavetas. Insatisfeita arrumei as gavetas de todo mundo e ainda assim continuei com essa vontade imensa de ter o que eu nao posso. E isso deve ser porque num me foi possivel.
E eu prefiro acreditar que continuará assim, impossivel e tao emocionante. Alias desde pequena nunca fui uma menina normal como todas as outras, enquando as meninas normais se maqueavam com as maquagens de mentira que a mae delas compravam, eu guardava cardeninho de baixo de terra com algum moleque, jogava fudebol ou chantageava alguma menininha futil pra me pagar uma paçoca. E ate hoje é assim, enquanto todo o resto do mundo feminino é feliz com seus namorados perfeitos, que as amam, eu continuo aqui no meu mundinho fechado de confusao. Minhas confusoes, eu e meu mundinho pequeno e desolado, mas um mundinho cheio de coisas e historias. Eu minhas vontades estranhas, meu desejo louco pelo impossivel e com todas as possiveis chances de ser feliz eu decidi andar de onibus e deixar todo o resto pra depois. Decidi o mundo desconhecido, de todas as chances que podia ter agarrado, todos os que vieram e me ofereceram juras e flores. Eu só aceitei o passe e fui embora, embora pra perto e ao mesmo tempo para longe. E ai no onibus eu conheci o impossivel, o conheci de novo o que torna a historia ainda mais interessante.
Dai, burra que eu sou escolhi voce no meio daquele monte de gente estranha de onibus, e voce incrivelmente falando, me notou. E isso torna tudo ainda mais emocionante, e nao te ter é ainda mais gostoso do que essa vontade de te agarrar e ficar ali, por mais que eu saiba que isso nao vai acontecer, nem agora e nem depois. Eu gosto de fingir que daqui a pouco vamos estar juntos fantasiando coisas juntos. E de repente eu vou contar pra os nossos amigos que nos conhecemos dentro de um onibus , que eu estava fugindo e voce estava na sua vidinha normal e rotineira de sempre.
Até que eu enjoe de voce, e quem saiba, escolha um aviao. Um jatinho , um barco. E parta até achar uma outra impossibilidade. E enquanto isso, eu gosto, gosto de te querer bonitinho , gosto de sentir frio na barriga, gosto de esperar uma resposta que nao chega nunca. Gosto porque isso foge da normalidade e eu esqueço, como uma anestesia, que essa coisa de meninas normais seria bom pra mim. Eu finjo que ta tudo bem gostar de quem nao posso ter e tudo bem deixar tudo que me quer feliz.
...

domingo, 10 de outubro de 2010

Sweet sea

Fim Fim Fim!

Como me assusta de novo, assusta tanto que parece que nunca houve outro fim. E agora tem que ficar na fé de que novamente vai passar, mesmo quando nunca passa. Por mais que a dor só se esconda. Parece que nem o tempo tem solução.
Mais um para encher minha caixinha de boas lembranças, de um fim escroto. E de uma carga enorme nas costas. Mais um para eu esvaziar portas retratos e jogar tudo num baú de coisas que eu preciso esquecer.
Eu to indo, e eu te vejo de longe agora, eu to indo pra bem longe de nós. Pra bem longe para poder não voltar mais. Eu to indo agora, para poder ter a certeza de que dessa vez fomos alem dos limites. Peguei uma blusa, joguei tudo fora e nem o meu celular eu vou levar. Vou sumir do mundo, do nosso mundo e como um favor a nossos sentimentos afogados eu te deixo em silencio para não aumentar sua dor. Te deixo para não ser bombardeada de novo.
Resolvi depois de ontem, só guardar na minha memória quando agente tava na praia, que o amor era mais lindo que o mar e fazia agente ficar meio bobo. De quando agente ria de tudo e achava que nunca ia acabar. E agora eu to parecendo uma troxa, chorando muito para tentar afogar esse medo de ter que te tirar de mim por causa da nossa futilidade.
Entao eu to indo, partindo daqui. Sem pretençoes, e sem sonhos porque os sonhos eu deixei com você, naquelas noites que parecia que o sonho num acabava porque ate acordado parecia irreal. Eu deixei no seu colchão inflável, e nas suas camisetas que ficavam tão bem em mim. Eu deixei tudo ai, para poder partir sem você. Só com a praia, e eu quero ver o amor e o mar sem ter que lembrar de você. Entao agora eu vou.
Com todo sentimento acumulado, de uma escolha que eu fiz. De uma escolha que eu quis. De uma escolha que você reagiu tão mal. Mas tudo bem, porque eu apaguei tudo, cliquei delete e só salvei a praia, a areia, o cheiro da sua pele, e só. O resto foi tudo embora junto de você. O ontem realmente eu fiz questão de esvaziar da lixeira.
E pra não te odiar, acabo por aqui. Sem dor, sem crise, só o medo e a vontade de fugir. E se um dia eu te encontrar, quero pensar que te conheci na praia. E foi o dia mais lindo que eu vivi e acabou.
Beijos a nós, um brinde ao amor que quase sobreviveu por um fil. Mas ficou La em baixo enquanto agente subia separado.

ADEUS!