segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sentimento sem nome

A primeira vez que eu te vi, lembro como se fosse ontem. Você vestia um jeans desgastado pelo uso, um tenis estourado, uma blusa de frio verde escuro. A barba estava crescendo, você carregava uma mochila, e no rosto um olhar distante. Foi a coisa mais linda que eu ja tinha visto, isso porque eu ainda não tinha te visto sorrindo.
Eu me apaixonei por você assim, sem saber seu nome, sem saber seu jeito, sem saber seu passado, sem saber seus medos. Eu me apaixonei por você exatamente daquele jeito, com o olhar distante. E sou apaixonada desde então. Sabe eu não te amo, nunca amei. A gente não teve uma historia, um começo, um meio, as vezes eu acho que nem fim a gente teve. Amei outros, você também encontrou um novo amor, mas acredite, eu sou apaixonada por você, e nunca deixei de ser. Você ocupa um espaço muito sincero e muito bonito dentro de mim.
As vezes ouço seu nome, sinto seu cheiro e sem querer associo a você, e lembro de nós dois. E lembro do que você me fazia sentir, lembro do quanto era bom a sensação que eu tinha quando você estava do meu lado. E tenho saudades daquele tempo, a gente não tinha muitas responsabilidades, não tinhamos muita experiencia, mas a gente sempre se deu, e se deu por inteiro, e se dava tão bem. E nunca foi facil encontrar pessoas assim, mas com a gente era assim e não tinha segredo. Só tinha medo, meu medo, minha falta de coragem no amor, meu medo incontrolavel do que você me fazia sentir. Era bom demais, bom demais para ser verdade, mas era. Hoje eu sei que era, porque mesmo depois de ter amado muito outro alguém, aquilo que eu sentia por você permaneceu até mesmo depois que te mandei embora, ficou aqui guardado, intacto, lindo.
Você é o protagonista mais lindo, e mais apaixonante do meu passado. O dono do olho castanho escuro e do sorriso bobo com covinhas fundas, que eu nunca, eu nunca vou esquecer. E de bobeira digitei seu nome no Facebook, de bobeira te encontrei e de bobeira eu lembrei de cada detalhe daquela coisa que a gente viveu. Do nosso primeiro oi, do primeiro beijo, do seu carinho, de como você parecia grande quando me abraçava para me proteger do frio, e como parecia pequeno quando deitava no meu colo para gente assistir tv. Da sua mão, das suas manias, do som da sua voz do outro lado do telefone, de como era ruim quando o fim de semana acabava, da sua mãe que sempre foi tão meiga. Lembrei de outubro, de novembro, daquele ano que ja faz tantos anos. Eu te perdi, eu mandei você ir embora, e eu acho que mandaria de novo. Porque sinceramente, eu quero lembrar de você para sempre assim, e quer ser para sempre apaixonada por você assim. Sem nenhuma marca, nenhuma ferida, nada que manche esse sentimento tão sincero.
Você esta feliz, agora é outra a dona da sua atenção, do seu carinho e do seu amor. E continua lindo, e o que eu sinto por você permanece em mim, sempre tão doce.


domingo, 21 de abril de 2013

Frio 40º

Então eu descobri que não vejo mais graça quando eu sentei com meu copo vazando Whisky e congelando minha mão, e então senti frio. Dentro daquela balada, no meio daquele monte de gente igual, dançando igual, vestido igual, falando igual, bebendo igual, ficando gradativamente cada vez mais exaurido e cansado. Todos tão iguais, tão parecidos. Aquela fumaceira, aquele som alto estourando meu ouvido, aquele monte de gente cuspindo o dinheiro que não tem, cuspindo a felicidade que não tem, cuspindo a sanidade para fora.
Dai eu percebi, e eu não quis me parecer com essa gente, não quero mais ser assim, não quero mais dançar igual, me vestir igual, beber igual, ficar gradativamente cada vez mais insana e cansada igual a todo mundo aqui. Não quero mais porque isso dá um frio danado, e uma dor de cabeça danada, e ser igual é um tedio tristonho que enruga o nariz da gente e deixa a gente feio. Mesmo porque no fim das contas nem sei bem o que é que eu vim procurar aqui, não tem ninguém interessante, ninguém diferente, ninguém que valha a pena uma troca de olhar e muito menos a dor de estomago de amanha. Todo mundo igual, procurando coisas iguais, superficiais e passageiras.
Olhei para mim e para todo mundo, e a unica menina estranha sentada no camarote com cara de bunda pela primeira vez foi a menina mais linda que eu vi em mim. Foi pela primeira vez a menina mais interessante que eu consegui ser. Fui pela primeira vez o peixe fora d'agua mais feliz do mundo, mesmo querendo sair naquele mesmo instante daquele lugar barulhento e quente. Porque eu, eu estava com frio.
Agora sentada em frente meu computador, nesse frio absurdo lá fora, recordei dos dias em que eu amava ser igual a todo mundo, os dias, que não fazem muitos dias, em que eu não me importava em ser/fazer parte desse bando. Senti vergonha, mas ao mesmo tempo um certo orgulho. A gente muda, a gente cresce, uma hora ou outra a gente senta e passa por uma transformação momentânea  A minha foi assim, me deu um frio danado, uma repulsa danada e um olhar tão sublimemente diferente que não me deixa ser igual, que insiste que esse frio tem um sentido absoluto para mim agora. Só não dá mais, essa vida só não da mais.
Só agora eu percebi que sim, a gente vai se encontrar. Mas não vai ser no meio dessa gente igual, não vai não. A gente vai se encontrar de repente, por aí. E eu sei disso porque tenho certeza que quando te encontrar esse frio vai se tornar um frio de 40º. Diferente, mas a gente vai, ah vai. Hoje, amanha, daqui um mes ou quatro anos. Esse frio vai passar de repente, e vai ter valido a pena ter cansado dessa vida tão igual.


domingo, 14 de abril de 2013

Perigoso

Do nada me peguei chorando. Ouvindo uma musica qualquer, chorei. Do nada deu saudade, mas não foi da gente, muito menos de você. Deu saudade mesmo foi do amor, e das chances que, antes, eu tinha coragem de dar a ele. Deu saudade de levar alguém a sério, de me levar a sério, saudade de ser diferente. Deu vontade de querer, querer apresentar pra mãe, querer mandar uma mensagem ou retornar uma ligação, querer fim de semana, querer acreditar que "talvez, quem sabe". Me peguei chorando que nem uma menina boba, sem motivo nenhum.
Porque eu tô bem, viver assim é bom, mas viver assim é vazio demais. Sempre falta um alguém, um carinho, um affair, um especial. Sempre falta, não da para mentir, nem mesmo o ser humano mais cético consegue se enganar por muito tempo. Uma hora todo mundo para, pensa e vê que as vezes a bagunça e a solidão não são tão boas assim.
Pode ser amizade colorida, amante, rolo, ficante, namorado, marido, mas tem que ser. Tem que ter, ter alguém para dividir o tempo, alguém que aceite pelo menos só dividir, dividir sentimentos, dividir espaço, dividir sorrisos, dividir historias, dividir um lado da cama, dividir um chocolate, dividir um cobertor. Porque no fim, até o coração mais duro sabe que não dividir é muito solitário e ser solitário da frio.
No final das contas, acabei chorando, chorei por causa da saudade que faz dar uma chance pro amor. Mas depois lembrei o estrago que ele faz, e chorei mais ainda... Dividir é tão bom, mas tão perigoso... Que saudade!

domingo, 7 de abril de 2013

Me traz de volta

De repente me deu um medo, sabe? É, medo de estar perdendo o controle da situação, de estar me ferindo para ocultar a dor que ficou depois da gente. Medo de estar me enganando para não deixar que ninguém me engane. Eu não consigo mais, eu tentei eu juro, mas eu não consigo, essa não sou eu. Eu não quero e não gosto de ser assim. Porque de todo aquele amor não pode ser que não tenha sobrado nada, não pode ter endurecido tanto. Não deveria né?
Essa versão "foda-se" cansa. Cansa e machuca ao mesmo tempo. E eu não quero mais, prefiro me apaixonar e me foder do que ficar assim desse jeito bagunçado. Eu gosto da calmaria, e essa bagunça misturada com ressaca de todos os finais de semana me assusta.
Depois de você eu deveria ter me tornado uma pessoa melhor, mas não, tudo tão injusto. Te dei tudo, podia parecer pouco, mas era o que eu tinha. E olha só para mim agora, não sobrou nada, nem um cantinho se quer, não tem nada e não ser intensa é tão horrivel. Não quero não me importar, não quero beber para melhorar, eu quero eu de volta para mim. Porque essa versão cansada e descrente me da medo e doi.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Eu sei

Quantas vezes me despedi de você sorrindo, quantas vezes seu carro descendo minha rua me partia o coração. Não sei se lembra, mas da ultima vez, foi chorando que me despedi. Foi te odiando, me odiando.
E nunca imaginei que Um dia eu olharia para todo aquele tempo -perdido- e me arrependeria tanto. Não de ter ficado com você, mas de ter me aberto demais, acreditado demais, sido verdadeira demais, dito sim na hora de ter dito não. Alias, você nunca chegou perto de merecer aquele amor, e eu não me arrependo por ter me permitido te amar não, me arrependo por ter esgotado todas as chances que tive de ser feliz de verdade.
Então doeu, doeu a ponto de eu achar que não ia aguentar, doeu aquelas palavras horriveis que você me disse, doeu a decepção, a mudança de planos, mais o que mais doeu foi a culpa, a culpa que eu sentia toda vez que lembrava o quão você era pequeno perto de um amor tão bonito e raro.
Mas então uma hora, começou a não doer mais tanto, e logo já não sentia mais. Agora eu sei, eu sei que você sente minha falta, sei que é minha voz irritante que você gostaria de ouvir, sei que é meu calor que você procura em dias de frio. EU sei, sei que quando está tudo dificil você queria mesmo era ter meu apoio, meu abraço, como tantas vezes recebeu. Sei que você sonha comigo, que fingi que me esqueceu, que fala mal de mim, mas é a unica maneira de esconder que eu te fazia bem sim, que você errou sim. Sei que você sente saudades do meu jeito "que te tirava do sério", e que as meninas babacas e futeis que você pega e faz tudo o que você quer não te faz rir como eu fazia. Você pode tentar se enganar, mas a mim você não engana mais.
E diferente de você, não tenho o que sentir falta mais, não tenho lembranças boas mais, nada! Só um domingo gelado, recheado de ofensas e um adeus sem beijo de despedida. Vai ser dificil, pensei comigo aquele dia.
Dai que precisei passar por toda uma fase difícil para receber essa ligação com seu nome e sorrir. Só que diferente das outras vezes não foi te amando que mudei meu humor. Foi por ter visto, feito e passado por tudo aquilo e hoje não sentir nada, nem uma cocegas no estomago, nada! Você simplesmente foi tudo e de repente nada na minha vida. Como pode né?
Mas eu sei, eu sei que te tiro o sono, eu sei porque você não consegue esconder isso. Mas infelizmente meu amor, foi tarde demais que você percebeu. Desligo meu celular, e a vida caminha em serena paz.