quinta-feira, 22 de abril de 2010

kilinhos a menos

Hoje eu fui na academia, e no meio daquela musica mais parecida com barulho , eu ouvia meu MPB relaxante enquanto levantava 100kl na perna. E tentava muito enxergar o relogio que devia estar uns dois metros de mim, depois de quase fechar os olhos para poder ver a quanto tempo eu estava levando tudo aquilo. Um cara que nem sei se posso chamar de cara, porque aquilo se parecia mais com uma maquina me disse ''8:52 mocinha''. Eu nem disse obrigada, falei só meu ata de sempre, que todo mundo da academia deve achar que só sei falar isso, e virei de costas para parede branca do meu lado. Minha unica amiga de lá, ao som de Vanessa da Mata, eu fui quase que relaxando demais e quase que abri uma cratera no meu estomago quando minha perna desceu com aqueles 100 kl arregaçando toda minha projeção de pele. Entrei em choque, logo pensei MILHARES de estrias apereceram. E entao o cara que agora vou chamar de maquina levantou com a mao os 100kl e puxou a lavanquinha pra mim. Fiquei sem graça de novo, e pela primeira vez devo ter sido educada naquela academia, falei bem baixinho no fundo da minha risada de vergonha o 'obrigado' mais engrato da vida dele. Na certa ele pensou que deveria ter deixado eu rasgar meu estomago ou quebrar minha perna, mas hoje em dia até as maquinas sao boas as vezes. Com os meus olhinhos de cega, eu levantei da leg quase que morrendo quando olhei pra baixo minha regata que era rosa clara, tava rosa pink, queria morrer. Suei igual a um homenzinho, e do jeito mais idiota e infeliz eu cheirei a camiseta com uma carinha de nojo de mim. Ouvi umas risadinhas de uns caras que tavam do meu lado que provavelmente riam da minha ceninha patetica, mas nem ousei olhar para nao ficar com mais vergonha ainda.
Fui la fazer o exercicio da panturilha, e o instrutor MAL me fez fazer quatro series de vinte. Juro que isso nao foi legal, e no meio de toda merda, de ja estar molhada como um homenzinho, e com uma MEIA cratera no estomago, ajudando com a bunda virada para uns 30 homens levantando e abaixando o pesinho em cima de uma madeira alta. Eu parei para pensar em tudo, no cara de verde que tava levantando uns 4000kl num exercicio estranho para os braços, na maquina que me ajudou, no instrutor mal que de mal num tem nada e em mim la perdida no meio de tanto homem, suada igual a um homenzinho e morrendo por estar SÓ levantando e descendo o pezinho. Pensando que em casa num tinha mais fruta para fazer vitamina, pensando que meu 'menino' devia estar me chamando no radio, que meu pai nao podia chegar antes de mim, e entao eu esqueci que tava morrendo de dor e fiz umas 7 series a mais. Até que o instrutor que de mal num tem nada chegou em mim e disse que por hoje era só. Eu nem ouvi o que tinha dito direito, peguei minha bolsa disse tchau e sai correndo daquele lugar. E sei la porque eu queria tanto fugir dali, por alguns minutos acho que deve ser porque eu tava pensando demais, ou porque minhas batatas da perna ficaram dormentes, ou porque eu tava suada demais para ficar la. O foda é que amanha tem mais, e terao muitos e muitos dias a mais. E todo mundo deve estar me achando estranha, e eu devo mesmo ser, mas sei la. To com uma dor do caralho na bunda, e na batata tambem, a coxa ja durmiu, ja nem sabe que é coxa, e eu nem tomei vitamina de nada. To com fome e nao posso comer porque se nao engordo.

No vai e vem

É tanto esforço para andar no certo, tanto esforço para ser menos 'PUTA'. É tanta a minha vontade de olhar para o mundo e gritar que se foda o mundo, mas é tanto esforço para me conter. Tanto peso na academia para ficar um pouco mais gostosa , para quem?. Tanta dor muscular, tanto cansaço nos olhos. É tanto esforço para fazer que o mundo te entenda um pouquinho, que o mundo te aceite um pouquinho, ou que ele simplesmente só te veja um pouquinho. É tanto esforço sem volta.
É tanta vontade de pensar um pouco mais, de escrever um pouco mais, de ser um pouco mais interessante para alguem que nem me conhece. É tanto esforço para ser conhecida por alguem diferente, para ser encontrada por um OLHEIRO na rua, para receber um telefonema surpresa e ser surpreendida por alguem inusitado. É tanta espera para ver o rescultado de tanto esforço.
Querendo só um cantinho na vida de alguem, querendo só atenção diferenciada, querendo simplesmente que alguem se esforce um pouquinho mais no meio desse mundo caotico.
E continuamos e continuamos , como na musica do titanic. O mundo ja nem repara o esforço que faz para ser notado, para ganhar dinheiro, para gastar dinheiro, para ficar gostosa(o). Enquanto os joelhos desgastam, e os musculos inxam, e a dor de cabeça aumenta. Ninguem mais repara o esforço que faz para chegar no proximo verao, ou no proximo dia util, ou no banco mais proximo e no shoping mais proximo. Ninguem mais nem ve que ta andando na rua cansado, que ta durmindo no onibus, vira comum, vira comum quase cair de dor, quase morrer porque nao comeu, ser ignorado, horas extras, vira comum perder tempo em vão.
E o esforço ? Vai para casa do caralho. Porque continua sendo tanto, e ao mesmo tempo tão VÃO.
É tanto esforço para chegar em casa e querer comer só o famoso arroz e feijao, mas nao ter pique e nem mais vontade de poder fazer. É tanto esforço para chegar duido, cair na cama, e ver o tempo passar rapido como num relogio passando para frente. Enquanto todo mundo se esforça e se esforça para chegar um dia, olhar para tras e pensa. 'no que valeu tanto esforço'.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Crazy

Meu pai sempre falou que em qualquer circunstancia o silencio seria sempre a melhor forma de fugir. Eu quase nunca que segui os conselhos dele, mas realmente o silencio sempre é a melhor forma de fuga. Nunca soube como me relacionar as pessoas, a vida inteira tentei entender a mim mesma e nunca pensei como seria ter que me entender e entender outro alguem. Nunca lidei bem a brigas, conversas serias e tudo que envolvesse discuçoes porque sempre , sempre acabava falando demais e pensava depois que seria bem melhor se eu tivesse permanecido em silencio.
Nao sei como me envolver a pessoas, nao sei como entender pensamentos diferentes dos meus. Odeio me envolver demais, porque se envolver demais é sempre se arriscar demais. NAO gosto de me sentir sem graça, nao gosto de me sentir pressionada. Nao gosto de me sentir literalmente limitada.
Se envolver é muito mais do que apenas risco, se envolver é ter que se entender para que assim a outra pessoa te entenda. E pra falar a verdade eu num sei como se pode fazer isso. Nao sei dizer 'ok eu errei' eu nao sei, é coisa minha, e talvez eu seja complicada demais mesmo, e dificil demais e complicada demais. Mas a complicação sempre foi tao minha que dividi-la com alguem me estressa. Tentar fazer mil vezes que alguem me entenda é muito estressante, por isso odeio brigas, odeio compassos, discuçoes sem fim, eu odeio isso. Sei o quanto é dificil, e talvez eu precise entender que eu nasci para ser sozinha, porque eu odeio relacionamentos serios, eu odeio ter que mudar, eu odeio tudo isso. E odeio mais ainda odiar ficar sozinha, seria bem mais facil se eu soubesse viver sem ninguem, mas nao eu ainda insisto em ser de alguem, ainda insisto que alguem me entenda, entenda meus ciumes, minhas causas impossiveis, meus estresses momentaneos, minhas brincadeiras idiotas, minha risada roca e sem graça, minha voz roca e sem graça, meus pais ignorantes, minha vida pacata. Ainda insisto que em algum lugar do mundo alguem pode ser bom o suficiente para aguentar uma chata que nem eu.
Ai queria tanto entender porque se envolver é tao dificil, e entao eu decidi que no meio de toda essa merda, eu fico em silencio. Para que falar agora né ? Para que falar que eu odeio a minha sogra, e odeio ter que parar de ser fuçona, e odeio odeio odeio gostar tanto de mecher no msn alheio. É, tem dias que eu me odeio. Mas idai né ? O negocio é ficar em silencio. Porque nao da pra chegar no meu namorado e dizer que ODEIO nao ser entendida, mas que me entender é impossivel. Eu ja deixo ele confuso demais só de estar comigo. Nao da para chegar na minha 'sogrinha linda' e dizer que ela as vezes é chaaaaaaaaaata demais. E nao da pra olhar para o mundo e faze-lo me entender. entao acho melhor permanecer assim, de boca fechada. Pra mim e para o resto do mundo. E assim de um jeito ou de outro encontrar um modo de fugir dele, que tambem deve odiar ter alguem como eu habitando aqui.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Stranger.

Tudo dói. Minha cabeça gira, meu corpo imóvel permanece ali. Tudo esta tão terrível, tudo esta ta tão assustador. Minha cama me suga cada vez mais para dentro do mofo do meu colchão. Bem de longe e distante consigo ouvir os pingos de chuva que caem na janela ao meu lado. Esta tudo tão escuro aqui, e dentro da minha mente eu fico perguntando ‘’Como é que eu vim parar aqui?’’. E o que mais me assusta não é o fato de estar deitada na minha cama as 4h da manha , o que mais me assusta é não saber como vim parar aqui. Fecho os olhos e tento me recordar, meras passagens, musica alta, risos e de repente tão escuro. Ah, eca. Sim de repente tudo esta tão escuro, e então eu acordo no meu quarto, sem saber como cheguei, e nem porque estou com o pijama de bolinhas que ganhei da minha avó no natal de 2007. Sinto frio, mas como se tivessem correntes me prendendo, meus braços permanecem ali, parados, como se algo os sugassem para dentro da cama e eu não consigo pegar o edredom que esta só a 1 metro de distancia de mim. Que frio!
E no meio de tudo isso, eu vi o rostinho meigo e tão delicado dele. Perdido em tantas coisas que passavam pela minha cabeça, apareceu ele. Lá , quietinho, esperando que eu o buscasse daquele fundinho de memória e resgatasse tudo que eu chamava de passado presente. E seja La o que for que ele estava fazendo ali, não me interessava mais, mal me interessava o que eu estava fazendo ali. Porque para mim é mais importante olhar para dentro dele do que para dentro de mim, e então o mais doce e agradável sentimento passa pela minha dor de estomago e cabeça, e minha dor de não conseguir me mover e envolve meu pequeno coraçãozinho que está quase explodindo por causa daquele fermento... Fermento?...ah meu pobre coraçãozinho... e sim o ser que eu adoro sempre olhar para dentro, sim esse ser esta dentro de mim.
Eu mal entendia no meio daquilo tudo porque Ele ainda permanecia em mim, e permanecia e permanecia. Por que ele continuava fazendo parte do pouquinho de fé que restava em mim. Sinto a lagrima quente escorrendo sobre meu rosto e molhando meu travesseiro, mas não consigo me mover para poder empurrar as outras gotinhas que tendiam a cair. Fiquei ali, esvaziada de algo que mal sabia que podia estar. Sozinha, por que estava sozinha?
E então no meio de toda a minha própria confusão entendi que Ele não partiria a não ser que eu pedisse, e que Ele não surgiria a não ser que eu quisesse. Que com toda a sua educação e sua classe, e doçura, Ele permaneceria ali imóvel como eu, chorando comigo sem que eu pudesse notar. E tentando me ajudar, e tentando me tirar de toda essa miséria. De toda essa dor, que eu sozinha entrei. Que sem deixar ele impedir eu segui adiante.
Ai minha cabeça ainda dói, mas tudo esta tão claro dentro de mim, tudo esta tão sincero. Mesmo estando tão longe, no interior mais interior da minha mente, eu posso ouvir sussurros, baixinhos, educados, em um tom como se estivesse pedindo algo. Não conseguia entender o que era, e então pude sentir sob minhas mãos algo quente, mãos muito maiores que as minhas, que cobriam todo e qualquer tipo de medo, e toda a dor, e todo medo, e toda confusão se escondeu atrás daquela Mao e como era boa aquela sensação. Com mais clareza pude ouvir uma voz, que dizia baixinho para não machucar minha mente e minha cabeça ‘’filha, nunca mais falou comigo, na verdade sinto falta de você. Triste, você ficara assim tão triste enquanto estiver longe de mim’’. E então, minhas lagrimas que aumentaram com freqüência, começaram a molhar minha boca e enxercar o meu travesseiro. Não estava mais sozinha, não estava mais com medo. Com muita dificuldade apertei aquela mão. E pude descansar sem dor.

Ai Ai minha espinha

Ele era o cara mais perfeito de todos que eu já tinha encontrado em todos os tempos. Aquele era o cara. Não tinha ninguém que não chegasse a mim e falasse que eu devia dar valor, porque aquele era único.
Até minha mãe chegou a dizer algo sobre ele, só não me lembro com detalhes. Até meu pai achou que com aquele teria futuro. Só eu que não entendo por que eu costumava não estar feliz, por que bulhufas eu insistia em olhar para ele e querer ver milhões de caras que ele não era, por que cacete eu ficava olhando para dentro da orelha dele, e por que caralho ele não reagia mal aos meus palavrões, e não brigava comigo quando eu gritava e dizia todas as coisas feias que ele dizia que não podiam sair de alguém tão doce como eu.
Eu realmente não entendo, e nem insisto nisso. Não insisto no fato de ter dado tchau para o CARA,e antes de dizer adeus eu lembro que cheguei a chorar um pouco por conta das coisas que eu iria perder, como o carro, e o dinheiro, e o namorado, e a companhia dos finais de semana, e a carona até o curso, de volta para casa. E todos os mimos e cuidados, para onde iriam? Sim eu chorei um pouco, mas passou rapidinho. Quando eu parei e pensei, que todas as pessoas podiam dizer que aquele era o cara feito para mim, eu sempre soube que não seria ele. Sempre , toda a vida achei que ele era bonito demais para mim, e vaidoso demais perto de mim, e rico demais para estar com uma interesseira como eu. E ele tinha tudo, era família demais, fingia bem ser crente demais, ele era só perfeito demais. E eu sei, eu sei que eu sou uma FILA da puta do caralho, mas quem se importa ? Quem se importa que eu dei adeus para o cara mais bonito do mundo. Com porte e postura de gente de TV, cheiroso, com carro, cabelo bom, e naris pequeno. Moreno, escultural, sim ele era perfeito;
Mas quem liga? As cocotinhas agradecem por eu ter dispensado aquele cara, meu pai e minha mãe até hoje me chingam baixinho por ter acabado com o maior partido da vida DELES. E enquanto isso eu me pergunto ‘por que que sem ele me sinto tão em paz?’
Depois de tanto chorar e achar que tinha feito a coisa errada. No fundinho daquela festa, eu avisto ele, forte, musculoso, com cerveja na mão, milhares de amigos, grosseirao e nenhum pouco classe. O pesadelo dos meus pais, mas o único que apenas dizendo OI me trouxe paz.
Não sinto falta do cara perfeito, o cara dos sonhos dos meus pais. As vezes sinto falta do amor que ele sentia demais, mas que encontrei de diferentes formas no cara que nem de longe seria bom para mim. Não sei se estou feliz, e até quanto tempo vou querer estar ao lado dele. Só sei que sinto um ciúmes enorme dele, e que o cheiro dele fica gravado até em minhas partes mais intimas. E que eu adoro a batata da perna dele junto com a Mao que envolve minha cintura, e a outra que meche no meu cabelo que esta longe de ser bom também. E que adoro quando ele briga comigo dizendo que nao posso dizer palavrão assim com tanta frequencia, e que ignora meus dias ruins, e que fingi nao se importar que esta tudo uma merda.
E sei La aonde esta a felicidade no meio de tudo isso, no meio de tantas proibiçoes, de tantas fugas pra ficar com ele, e de tantos medos pra sair com ele, e sei La se vou querer ficar procurando, no entanto vou viver. Porque é um medo gostoso que chega doer a espinha.